segunda-feira, 16 de junho de 2008

Salmo 3

Salmo 2
O Homem Rebelde

Introdução:
Não se sabe ao certo em que circunstâncias este Salmo foi escrito. Alguns intérpretes afirmam que Davi o escreveu quando os filisteus o atacaram (2 Samuel 5). De qualquer maneira Davi começa se referindo ao reino terrestre e, profeticamente alarga seu pensamento ao reinado do Messias.

A Companion Bible apresenta uma estrutura interessante para este Salmo.
1. Os primeiros três versículos dizem respeito a reclamação da humanidade em geral, contra o Senhor, o Ungido.
Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido, dizendo: Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas. (vv 1-3).
2. Os versículos quatro e cinco mostram a reação do Senhor à decisão dos povos de quererem se livrar de Deus:
Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles. Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá.
3. Os versículos seis a nove falam do reino de Jesus Cristo:
Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão. Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro.
4. Nos versículo dez e onze, novamente o que dizem os homens:
Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra. Servi ao SENHOR com temor e alegrai-vos nele com tremor.
5. Finalmente, no versículo 121 o Filho aparece novamente trazendo juízo:
Beijai o Filho para que se não irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados todos os que nele se refugiam.

A estrutura do Rev W.L. Watkinson em Homiletic Commentary on the Psalms ajudará o leitor e pregador a fazer uma boa exegese do Salmo 2. O esboço que ele apresenta do Salmo está pronto para ser pregado.

I. Guerra Santa

A. O tamanho da revolta.
Nações, povos, reis e governadores (vv 1-2). O reino de Cristo sempre encontra oposição.
1) Em todas as nações quer judeus, gregos ou romanos.
2) Em pessoas de todo grau de autoridade, sejam reis, povos ou o populacho, todos tentam destruir a fé.
3) Por todas as gerações. Cristo foi rejeitado pelos seus (At 4.27).

B) A revolta se caracteriza pela determinação de apagar o seu nome da terra.
1) Deliberadamente. “Conspiram”.
2) Reúnem-se em conselhos para tramar contra Jesus Cristo.
3) Estão resolutos. “Levantam-se”.
A este respeito diz Mathew Henry: “Era de se esperar que uma bênção dessas para o mundo deveria ser bem-vinda e recebida com alegria; que todos os chefes imediatamente se curvassem ante o Messias, depositando suas coroas e cetros aos seus pés. Mas, acontece o contrário: Filósofos, príncipes e reinos levantam-se de forma tirânica contra o ensino e o reino de Cristo”.

C) A razão secreta desta revolta.
“Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas” (v 3).
Facilmente o mundo creria nas doutrinas bíblicas se estas não apresentassem nenhuma exigência; e o mundo toleraria a igreja se esta abandonasse seus ensinamentos.

D) A oposição que fazem a Cristo é em vão.
1) Pela irracionalidade dos argumentos. Por que os gentios se enfurecem contra Jesus? A todos os seus inimigos perguntamos: Mas, o que ele fez de errado?
2. Pela inutilidade da argumentação. “Imaginam coisas vãs”, diz o texto. Deus já declarou que seu Filho reinará e que colocará todas as coisas sob seus pés (vv 6-7). Com graça e harmonia o poeta vê Deus rindo da situação!
3. O salmista conclui:
a) Com um conselho: “Sejam prudentes!” (v 10). É melhor vocês se renderem a Cristo do que lhe fazer oposição. Certo filósofo romano disse ao imperador Adriano: “Nunca discuto com um príncipe que tem vinte e quatro legiões a seu dispor”. Todo poder é dado a Jesus Cristo. É melhor se render do que perecer no caminho (v 12). “Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó” (Mt 21.44).
b) Com uma direção: “Servi ao Senhor com temor e alegrai-vos nele com tremor” (v 11). Temor, devido a sua grandeza e santidade; alegria, por seu amor e pela liberdade de servi-lo.
c) Com um convencimento: “Beijai o filho” (v 12). É melhor se submeter do que ser esmiuçado por seu poder!

II. O reino de Cristo.
Temos aqui uma narrativa do reino mediador de Cristo. Observe:
A) Sua soberania. “Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião” (v 6). O trono de Cristo é exaltado e elevado acima de todos os reinos do mundo.
B) Sua autoridade. “Proclamarei o decreto do Senhor” (v 7). A autoridade dos reis de Israel dependia da submissão ao governo de Deus. Os reis eram como pequenos deuses, ou filhos de Deus.
C) A universalidade do seu reino. As nações são todas dele, por isso as oferece ao filho: “Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão” (v 8).
D) A invencibilidade do reino. “Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro” (v 9). Moll, comentando o texto disse: “Os inimigos de Cristo pensam que o cetro de Cristo é um chicote, como nos dias de seu sofrimento. Mas, envergonhados um dia sentirão o peso do cetro de autoridade nas mãos de Cristo”.
E) A Graciosidade do reino. “deixai-vos advertir, juízes da terra” (v 10). O objetivo de Cristo é abençoar e salvar.

III. As forças antagônicas.
“Servi ao Senhor com temor e alegrai-vos nele com tremor” (v 11).
A ciência descobriu que as leis do universo estão estabelecidas sobre forças antagônicas; o mesmo ocorrendo com as leis da vida cristã.
A) O texto tem dois sentidos:
1) Servir ao Senhor com temor. Existem o temor servil e o temor filial. Aqui é temor filial. Uma sensibilidade nobre, uma consciência cheia de expectativa, uma apreensão salutar, com “tremor”. “Com difidência – desconfiança. É o tipo de medo que uma pessoa tem de sua difidência de sua força e de seu poder”.
2) Alegre-se! Alegre-se no Senhor Deus. Mostre-se satisfeito, alegre e glorie-se em servir o Senhor.
B) Esses dois aspectos não são incompatíveis...
Temor a alegria parecem contraditórios. Forças, leis, fenômenos que aparentemente são contraditórios se complementam, como o oxigênio e o nitrogênio que se complementam.
C) São dois aspectos importantes no desenvolvimento da vida cristã. Devemos temer e nos alegrar.
Por que se reuniram povos e em vão murmuram as nações? Os reis da terra se posicionaram com os líderes que, secretamente, conspiram contra o Eterno e seu Ungido, dizendo: Rompamos suas amarras e nos livremos de suas cordas... com um cetro de ferro os esmagarás; como a um vaso de barro os estilhaçarás.

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